Omar Assi (omar.assi@anba.com.br)
O Brasil teve pavilhão na feira egípcia com sete empresas de café, carnes de frango e bovina, confeitaria e produtos para supermercados. O espaço teve grande procura.
Cairo – O pavilhão brasileiro na Food Africa, feira especializada em alimentos, registrou uma grande procura pelas empresas expositoras, especializadas na produção de café, carne bovina, carne de frango, confeitaria e produtos para supermercados. A mostra ocorreu no Cairo de 05 a 07 de dezembro.
Falando com a reportagem da ANBA na feira, Cesar Simas Teles, adido agrícola da Embaixada do Brasil no Cairo, disse que o Brasil participou pela primeira vez da Food Africa. Segundo ele, a alta procura favorece o plano para aumentar o número de empresas que participarão da nas próximas edições.
Ele explicou que o pavilhão brasileiro teve sete empresas de diferentes setores, incluindo três de carnes bovina e de aves, duas companhias de café em grão e de café industrializado, uma especializada em produtos de confeitaria e outra de produtos para supermercados. Também integrou a iniciativa a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Teles destacou que a feira é de grande importância para as empresas brasileiras porque o Egito é um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Ele acrescentou que a mostra é a porta de entrada para o mercado da África, que apresenta oportunidades promissoras. Segundo o adido, a embaixada brasileira no Cairo, ao convidar um maior número de empresas brasileiras para participar das próximas edições da feira, busca introduzir, nos mercados egípcio e africano, os produtos típicos brasileiros oferecidos pela indústria alimentícia do País.
Rada Saleh, presidente do Conselho de Administração da Ramax Trading, uma das companhias que participou da Food Africa pelo pavilhão do Brasil, disse que fez questão de estar presente com o objetivo de se beneficiar da grande afluência de frequentadores ao evento. Ele ressaltou que o pavilhão brasileiro se destacou na feira e recebeu um grande número de visitantes.
Segundo Saleh, a feira é uma boa oportunidade para realizar encontros com os clientes, não somente do Egito, mas de toda a região árabe e da África, apresentando a esses mercados os produtos tipicamente brasileiros, nos segmentos de carnes e aves, além de outros produtos característicos do Brasil.
Saleh contou que o mercado egípcio representa 20% das vendas anuais da empresa, mas a crise da desvalorização da moeda do país (libra egípcia) levou a um volume relativamente baixo de transações. Ele acredita, no entanto, que as vendas devem voltar ao patamar anterior no próximo ano, quando é previsto que ocorra a estabilização da taxa de câmbio no país.
Segundo o empresário, o mercado egípcio é muito importante para o Brasil, não havendo empresa brasileira que atue no ramo de carnes que não tenha interesse por ele. Ele lembra que o mercado egípcio abrange uma população com mais de cem milhões de consumidores e disse que o Egito é a principal porta de entrada para produtos brasileiros nos países do continente africano.
Dalia Kabil, diretora-executiva da Concept Exhibitions – empresa organizadora da feira Food Africa – se mostrou satisfeita com a participação brasileira na feira. Falando para a reportagem da ANBA também durante a exposição, ela destacou a importância da cooperação entre Egito e Brasil, especialmente porque ambos são grandes países, que apresentam um grande número de consumidores e entre os quais há muitas oportunidades de integração econômica.
Kabil disse que a atual edição da feira Food Africa se caracteriza pela participação, pela primeira vez, de 14 pavilhões internacionais, liderados pelo Brasil, Rússia, Polônia, Turquia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, França e Alemanha. Cerca de 730 expositores de outros 31 países também participaram do evento. Segundo a executiva, a edição deste ano teve o maior número de compradores internacionais – 500 – cuidadosamente selecionados e com potencial para efetivamente fechar negócios.
Ela explicou que o evento neste ano incluiu quatro exposições paralelas, sendo a Food Africa a principal, seguida da Sea Food Africa, Fresh Africa e Dates Africa, especializada em tâmaras. Também ocorreu, em paralelo, a International Exhibition for Processing & Packaging, voltada ao processamento e embalagem de alimentos.
O pavilhão do Brasil foi coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).